O presente artigo propõe-se contribuir com algumas reflexões teóricas no debate sobre a gestão social dos territórios, nos processos de desenvolvimento territorial. Opta-se em fazê-lo a partir de um ensaio teórico, no qual se atribui aos representantes das organizações e instituições territoriais o papel de redes de poder e a região é concebida como um espaço de articulação dos diferentes interesses, endógenos e exógenos, na realização das transformações sociais, econômicas, políticas, culturais e ambientais, que constituem os processos de desenvolvimento territorial. Introduz-se o conceito governança territorial, para referir-se ao conjunto de iniciativas ou ações que expressam a capacidade de uma sociedade organizada territorialmente, para gerir os assuntos públicos, constituindo-se na fonte sinergizadora do desenvolvimento territorial. Concebe-se o bloco sócio-territorial, o conjunto heterogêneo de atores territoriais, como o instituinte do processo de gestão do desenvolvimento. Amplia-se o debate introduzindo os conceitos de redes de poder sócio-territorial e pacto sócio-territorial. Por fim, faz-se uma análise preliminar da prática desta concepção teórica, a partir da observação da operacionalidade dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento/RS, como estrutura de poder da sociedade riograndense, na gestão do desenvolvimento territorial.