Este artigo analisa a questão da evidenciação dos custos da qualidade ambiental nos relatórios de sustentabilidade de uma concessionária brasileira que opera e explora serviços públicos de saneamento básico no Estado do Rio de Janeiro. O objetivo é propor uma alternativa, baseada nos fundamentos da Teoria dos Custos da Qualidade Ambiental, para o aprimoramento da gestão estratégica de custos ambientais da companhia, por meio da adoção de rotinas de identificação, controle e monitoramento dos custos do seu sistema de qualidade, quase sempre não captados e mensurados pelo sistema de acumulação de custos vigente e que são indispensáveis para a publicação dos seus relatórios de sustentabilidade segundo o padrão internacional de mercado indicado pela Global Reporting Initiative (GRI). A pesquisa realizada foi do tipo exploratório-descritiva, com abordagem qualitativa. A coleta de dados foi conduzida por intermédio de entrevistas e análise documental. Os resultados mostram que a utilização desta teoria, como ferramenta de controle, possibilita classificar os custos ambientais das companhias de saneamento nas categorias “custos de controle” e “custos da falta de controle”, viabilizando o dimensionamento do valor monetário dos custos da qualidade, não evidenciados nos relatórios de sustentabilidade anualmente divulgados e não utilizados internamente para fins decisórios na gestão estratégica de custos dessas empresas. Também fornecem subsídios ao planejamento de ações proativas com vistas a reduzir os riscos de possíveis danos ao ecossistema, resultantes das operações dessas empresas, propiciando um benchmarking no aperfeiçoamento da mensuração dos efeitos sobre os recursos naturais manejados pelo setor de saneamento básico, interligando a contabilidade aos departamentos de controle da qualidade e de gestão ambiental.